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Imagem de Myriams-Fotos por Pixabay

 

 

Natal é uma data abençoada, onde aquele que ensinou pela palavra e pelo exemplo veio ao mundo. Com essa baita canção do Grupo Os Monarcas, o Repórter Riograndense quer desejar a você um excelente natal em família, com todos os sentimentos flor de especiais que se possa ter!

 

Clique abaixo e acompanhe “Natal de Jesus”, d’Os Monarcas’:

 

 


Fênix Pinturas/Reprodução

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No dia 04 de fevereiro, terça-feira, acontecerá a final do Concurso de Poesias Gauchescas Inéditas alusivo ao 33º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria.

Os 10 poemas finalistas serão apresentados ao público no Palco 2 (Gramado) a partir das 19h. Entre eles, serão escolhidos três poemas vencedores e o(a) melhor declamador(a) e amadrinhador(a).

Foto: Câmara Municipal de Vacaria/Divulgação


O Concurso, também conhecido como Rodeio de Poesias, é promovido pela Câmara Municipal de Vacaria em parceria com o CTG Porteira do Rio Grande e Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. Agende-se, participe!

Confira os finalistas:

Quem Herdará Meus Cavalos, de Sebastião Teixeira Correa
Com os cinco sentidos no campo de Djalma Corrêa Pacheco
Quando Se Vai um Poeta, de Danilo Kunn
Buscas e Sobras, de José Luiz Flores Moró
Das razões de Campo e Corredor, de Adriano Medeiros
A um Gaúcho que Volta, de Mario Amaral e Paulo Freitas Mendonça
Compartilhando, de José Luiz Santos
O Lenço Desbotado do Ginete, de Rodrigo Bauer
Na Capela do Tamanco, de Henrique Fernandes
Sextilhas do Cantador, de Moisés Silveira de Menezes


Texto: Giana Pontalti, assessoria da Câmara Municipal de Vacaria

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Imagem: Mano Lima: o bagual (Facebook)

Amargo doce que eu sorvo

Num beijo em lábios de prata.

Tens o perfume da mata

Molhada pelo sereno.

E, a cuia, seio moreno,

Que passa de mão em mão

Traduz, no meu chimarrão,

Em sua simplicidade,

A velha hospitalidade

Da gente do meu rincão.


Poesia retirado do site Página do Gaúcho

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No dia 19 de dezembro, o CTG Sentinela da Querência de Vacaria completou 54 anos de fundação.Para celebrar o aniversário da entidade, compartilhamos a poesia “Festa no Sentinela” de Ambrozio Souza.

Parabéns a todos membros do CTG Sentinela da Querência que tem a missão de preservar e divulgar às tradições gaúchas na Legendária Vacaria, a Capital dos Rodeios.

Festa no Sentinela

No ano de sessenta e quatro,
dezenove de dezembro,
revendo "ontem" eu me lembro
do CTG Sentinela
da Querência
, a cancela
do Rio Grande, sempre aberta,
quando o campónio desperta
com a lua ainda não tão bela.

A sede do CTG Sentinela da Querência fica Rua Petrópolis, 709 – Bairro Petrópolis.


Foi o grande Martimiano,
pai da Salete e o Pedrinho,
nosso primeiro padrinho
nosso primeiro Patrão.
Lembro-me do seu jeitão
sereno e moderador,
dos que quando cantam flor
são cobertos de razão.

Corria o ano sessenta e cinco
quando mãe convidou-me
e também ordenou-me
que levasse a minha irmã,
noite de chuva pagã
para um ensaio de invernada,
'stava a semente lançada
na lavoura do amanhã.

Foi na falta de um peão
lembro-me, no "Pau-de-fita",
o posteiro olha e me grita:
você aí que está parado,
deixe a preguiça de lado
complete o que está faltando,
uma prenda foi enganchando
e eu troteei muito assustado...

Se contassem os pelegos,
encilhava uma manada,
a prenda saiu pisada
olhando-me atravessado,
mas eu, todo encabulado
defendi-me como pude,
a empreitada era mui rude
e eu me sentia embaraçado.

Quando terminou o ensaio
eu estava bem abombado,
suava de todo molhado
como pinto em dia de chuva,
como um tonel de cabriúva
pelos poros destilando,
garanto, acabei gostando
como mão entrei na luva.

Depois, veio o Arquimimo
um Patrão trabalhador,
a voz do madrugador
no novo CTG falando,
a nova foi se espalhando
como fogo de verão,
nas rodas de chimarrão
era o Rio Grande brotando.

Roma não se fez num dia
nós também levamos alguns...
Uns por todos, todos por uns:
esteios, cepos, barrotes,
- bem firme para os trotes
dos pares soltos dançando -,
colunas vão levantando
sob martelos, aos magotes.

Depois de muito suarmos
ficou pronto certo dia,
foi na hora da "Ave Maria"
fechei meus olhos e orei,
depois que muito esperei
estava enfim terminado,
nesse dia fiz um feriado
e de meu sonho acordei.

Noventa e três, quatorze horas,
dia vinte e sete de abril,
num calor macho e viril
o telefone tocou...
Atendi dizendo: alou,
meu coração bateu forte,
como vento de Sul/Norte
porque tudo combinou.

A grande amiga Ibraina
falando-me do outro lado,
num misto de assustado
surpreso e muito contente.
- Imaginem este vivente,
depois de vinte e um anos,
longe do solo pampiano –
com a "voz" do pago ausente.

Era a Ibraina dos tempos
do "Sentinela" nascendo,
quando ainda aprendendo
não tínhamos nem galpão,
ensaiávamos num salão
lá pelo alto da Glória,
insipiava a trajetória
de um grupo todo ilusão.

Foi lá perto do Arquimimo
nosso primeiro galpão,
houve na inauguração
um fandango macanudo,
e dum jeito topetudo
nossa "invernada" dançou,
ali mesmo sentenciou
seu futuro seria taludo.

Naquele velho galpão
uma noite com meu pai,
a emoção me sobressai
ouvindo e vendo o cantor
Gildo de Freitas, trovador,
emotivo mui inspirado.
Escutando olhos fechados,
estava ali o protetor.

Naquele mesmo galpão
numa noite ensaiando,
quando me vi olhando
uma mestiça xirua,
dessas, que em noites de lua,
palanqueiam o matreiro,
sessenta e seis, janeiro,
estava maneado o charrua.

O homem põe, Deus dispõe,
para todos nasce o sol,
toda isca pertence ao anzol
era assim que nós pensávamos,
quando em reunião, estudávamos
o símbolo - nosso Centro -,
muitas noites frias adentro
fogo de chio esquentávamos.

Até que um dia afinal
Florentino se iluminou,
o quero-quero gritou
estridente, alvorotado,
pelos dois fachos ladeado,
sempre em pé, firme no chão,
com ares de redomão
que ninguém põe o socado.

E da ideia para o papel
satisfeito desenhei,
peço desculpas se errei
e se melhor eu não fiz,
o desenhista infeliz
com traços muito nervosos,
estava bastante orgulhoso
era o andejo aprendiz.
Finalmente ficou pronto
dando só para o gasto,
sou campo de pouco pasto
invernada sem valia.
Estou pronto neste dia
para a crítica e o abandono,
quero sereno meu sono
nos campos de Vacaria...

E "sempre alerta em defesa
da tradição
", nosso lema,
tendo a verdade por tema
muita altivez na conduta,
honestidade na luta
bondade no tratamento,
sem precisar juramento
ou maldade na disputa.

Que lindaço foi o fandango
"Sentinela", inaugurando,
com a noite começando
ouvir Os Cobras do Teclado,
num vaneirão bem marcado
me lembro: Chaleira Preta,
só se ouvindo as rosetas
de esporas, no sapateado.

Foi um Deus nos acuda
quando roncou um bugio,
me percorreu um arrepio
dos pés aos fios de cabelos,
me vi no campo de empelo
com uma mestiça ruana,
com ares de temporona
que guarda a "flor" nos peçuelos.

E foi como se fosse hoje
olhando assim para ali,
doutor Jarbas Lima, eu vi
engravatado, mui sério.
Todos no mesmo hemisfério
nosso chão representando,
era o pago engalanando
pelo Rio Grande gaudério.

Girando assim ao redor
neste salão em debrum,
vejo a faceteada um
dos que comigo começaram,
quanto suor que derramaram
sempre alegres e contentes,
cada qual, mais sorridente
sorrisos que apaixonaram..

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Poesia alegra o dia do vivente. Então, vamos mostrar para você essa criação do Roberto Hoffmann, nos versos a seguir.




"Saí com a barra do dia
Bem feliz e satisfeito.
Vou chamá-la de Maria
Pois não vê os meus defeitos;

E de mim sempre está longe
Mesmo assim, saio com ela
Mora lá, no horizonte
Madrugueira essa donzela

Passa o dia, passa a noite
Para ver ela novamente
Madrugada foi pernoite
Lá vem ela de repente

Maria, linda donzela
Antes do dia raiar
Novamente vejo ela
Quando a noite terminar."
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É inimaginável pensar na cultura gaúcha sem reafirmar nosso orgulho e sentimento por nascer, crescer e ou viver as tradições dessa terra amada. Mais difícil ainda é deixar de, em algum momento, associar esse sentimento aos ideais de Revolução Farroupilha, posterior Guerra dos Farrapos.

Muitas estórias, causos, livros, poesias e trovas surgiram, para contar com diferentes palavras esse grande capítulo de nossa História. Um desses textos é o “Conto de Guerra”, que é uma estória criada por João Paulo Maciel de Abreu para um concurso de contos do ano de 2010, reproduzido logo a seguir:

 
Casa de fazendas e sesmarias antigas
Imagem: Roque Oliveira/Panoramio



“Dona Luísa e seu neto, João, tomam café da tarde na casa da fazenda que pertence à família há mais de cem anos, herdada de seu o avô, Alfredo, um dos primeiros a receber uma sesmaria no Rio Grande e de seu pai, Carlos Alberto, que continuou o legado do trabalho na terra até o último de seus dias. João sempre teve curiosidade de saber o porquê de toda a história de Alfredo e Carlos Alberto estar estampada nas paredes do casarão, e não haver ali nenhuma foto ou retrato do marido de Dona Luísa. 

- Por que não há nenhuma lembrança de meu avô nesta casa? E meu pai, por que nunca comenta comigo sobre ele?

- Ele nunca quis falar contigo sobre o assunto para que não dissesse equivocadamente.

- Como assim?

- Teu pai nunca conheceu o teu avô. 

- Vovó, o que aconteceu para que eles não se conhecessem?

- Acho que está na hora de você conhecer a história da nossa família. Teu Avô se chamava Paulo Ferreira de Abreu, um homem que defendia firmemente suas ideias. Ele era filho de um fazendeiro vizinho. Casamos quando eu tinha dezessete anos, no dia 23 de junho de 1835.

- Puxa vovó, que memória hein!

Terminam a refeição e caminham em direção ao alpendre em frente ao casarão, onde prosseguem a conversa e aproveitam a brisa. Luísa prossegue:

- Na época, todos nós vivíamos da produção de charque. Teu avô, assim como muitos outros gaúchos, estava descontente com o alto preço dos impostos cobrados. E o pior, os nossos clientes passaram a comprar charque importado da Argentina. Recém-casados, nós não podíamos continuar nossos negócios nestas condições.

- Vó Luísa, ainda não respondeu por que papai não conheceu vovô?

- Espera um pouquinho só, gurizinho apressado!

- Pouco depois de casarmos, teu avô juntou-se a uns homens iguais a ele, e deram início a uma revolução. Eu sei que um deles se chamava Bento e outro David José Canabarro. Esse Bento era um militar, filho de estancieiro; e esse David nasceu na cidade de Taquari. Esses dois eram muito amigos dele.

- Quando começou essa revolução?

- Começou em setembro de 1835. Poucos dias após o início da revolução, descobri que estava grávida. Desde então passei a rezar todos os dias para que meu marido voltasse bem. Teu avô não rezava muito, só fomos à igreja para casar.

- Foi muito difícil cuidar da fazenda?

- Muito. Teu avô levou todos os homens daqui da fazenda para lutar na guerra. Ficamos nós, as mulheres, a trabalhar para manter a fazenda, cuidando do gado e fazendo as lides campeiras. Todo domingo, Pe. Guilhermino vinha rezar uma missa aqui na fazenda, e nós reiterávamos nossos pedidos.

- E como foi quando papai nasceu? 

- A preocupação só aumentava, já que não sabia por onde meu marido andava, mas tive esperanças ao receber uma carta dele que contava que “o Rio Grande agora é uma república! Antônio Netto a proclamou, faceiro com a vitória no Seival em setembro. Agora estou em Piratini, capital da nova república. Nossa nova nação já tem hino e bandeira, e agora digladiamos ideais de liberdade em uma guerra entre países.” Paulo mandou-me ainda a letra do hino, contou que descobriu a Maçonaria e lá aprendeu a valorizar a liberdade, igualdade e fraternidade, estampados em nossa nova bandeira.

- Continue, estou adorando essa história! Quero ser como ele quando crescer...

- Teu avô ficou muito amigo também de um italiano, o Giuseppe, construtor de navios. Ele fazia os navios e teu avô, por vezes, ia junto com o italiano atacar os navios do Império. 

- E esse jornal aqui?

- Você tirou o jornal da minha gaveta, que modos são estes?

- Ah, vó! Que mal há nisso?

- Vou deixar que teu pai tome as providências. Sem mais delongas, esse jornal é um dos que comprei a fim de saber das notícias da guerra. O Povo fez com que pelo menos eu soubesse notícias do que meu marido estava metido, afinal.

- Ahnn... Então os guerreiros tinham um jornal?

- Claro, pois toda revolta tem um instrumento de divulgação. Como podes ver, o jornal diz que os revolucionários queriam maior autonomia das províncias, um presidente eleito pelos gaúchos, além de baixar os impostos do charque. Como os imperiais não quiseram aceitar, acabamos criando uma república.

- E essa bandeira aí na parede, já existia?

- Foi criada junto com o hino, que te falei antes. A original, conforme a carta, dizia que a bandeira da República Rio-Grandense era um quadrado, cortado por um hexágono vermelho e dois triângulos, um verde e outro amarelo.

- Não havia o brasão?

- Não, ainda não. Foi criado com bastante influência da maçonaria. E o hino foi criado por um “estrangeiro”, o mineiro Medanha, como me disse o teu avô naquela mesma carta.

- Vó Luísa, como vocês passaram os primeiros tempos de casados, antes da revolução?

- Vivemos muito bem. No dia da festa, casamo-nos na igreja da vila, afinal todos éramos católicos, a religião oficial do Rio Grande. Meu pai e meu marido, assim como a maioria dos homens, não tiravam tempo para ir rezar na Igreja e ter com Deus. Nós mulheres, íamos mais vezes à Igreja, antes da revolução, quando ficamos presas em nossas fazendas, afinal todas as tarefas que já eram nossas foram somadas aos afazeres de nossos maridos. Voltando ao assunto; nos domingos nós costumávamos chamar o capataz, que sabia tocar gaita muito bem e os seus filhos, que tocavam violão e pandeiro. O Fandango era certo. Chula, tava, truco, jogo do osso, tiro de laço na cancha da fazenda... Esse dia era reservado à nossa diversão, pois em todos os dias não tínhamos descanso. 

- Então continue a me contar sobre a guerra.

- Em março de 1940, a capital passou para Caçapava do Sul, de onde teu avô mandou uma nova carta. Estava muito ocupado com a proclamação da República Juliana.

- Onde era essa República Juliana?

- Nosso estado vizinho, Santa Catarina. Um dia desses vamos conhecê-lo. 

-Que vovô dizia nesta segunda carta?

-Ele estava dizendo que ajudaria na Assembleia Provincial constituinte para a elaboração de uma nova constituição. Na carta seguinte, já em Alegrete, ele diz que a nova constituição é uma mistura de revolução francesa e independência americana. A última carta que ele me mandou foi após a guerra. Para meu marido, Paulo, “Ou o império lhes oferecia paz honrosa; ou a guerra só terminaria quando nos campos da terra gaúcha corresse o sangue do ultimo farrapo”. Fiquei impressionada com as palavras dele, e não acreditei que a guerra realmente tivesse terminado, pois após quase dez anos lutando em uma guerra, ainda dizia aquelas coisas. Contou que o amigo David voltaria à sua estância, que o General Netto não gostou do acordo e oferecia suas terras na então província, novamente. Bento Gonçalves, outro amigo do Paulo, voltou para o Rio Grande, mas fiquei sabendo que morreu dois anos depois do Acordo de Paz de Ponche Verde.

- E vovô voltou para casa?

- Não voltou. Depois de ter lutado todo este tempo e sobrevivido, morreu na volta, até hoje não sabemos se morreu de pneumonia, segundo me contaram, pois tinha uns problemas no pulmão, mas não queria cuidar da saúde. O resto da história você já conhece.

- Que pena que meu pai não conheceu o pai dele. Esta noite vou rezar e agradecer por ter o meu junto de mim.

-Agradeça mesmo.

Sem perceber, os dois adentraram a noite. O ar já está levemente frio e os dois dirigem-se para dentro do casarão, continuar suas histórias. ”
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Conforme Decreto Municipal 149/2017, estão abertas as inscrições para o Concurso de Poesias Gauchescas Inéditas, Alusivo ao Rodeio Crioulo Internacional da Vacaria. O concurso, denominado “Rodeio de Poesias”, é promovido pela Câmara de Vereadores de Vacaria.



Poderão participar poetas de todo o Brasil e Mercosul, desde que respeitada a linha de conotação gauchesca, devendo o tema estar identificado com o contexto sociocultural do Rio Grande do Sul, abrangendo seus usos e costumes. Conforme o regulamento, cada poeta poderá inscrever quantos poemas julgar conveniente, sendo que serão classificados, no máximo, dois por concorrente. Não podem concorrer poesias que já tenham sido editadas ou gravadas.

Os poemas deverão ser enviados em envelope padronizado Sedex fechado, para a Câmara Municipal de Vereadores, Rua Júlio de Castilhos, 1302, Vacaria – RS. CEP - 95200-000, até dia 31 de outubro de 2017. No envelope deverá conter cinco cópias digitadas ou datilografadas da letra sob pseudônimo; outro envelope fechado, com o nome completo, seguido do mesmo pseudônimo utilizado na digitação do poema, bem como endereço convencional e ou eletrônico e telefone para contato e, ainda, um CD ou DVD com o arquivo da poesia em formato PDF.

Os 10 poemas classificados subirão ao palco para a final, durante o 32º Rodeio Crioulo Internacional, que ocorrerá de 27 de janeiro a 4 de fevereiro de 2018.

A premiação será a seguinte:

1º Melhor Poema: Troféu e R$ 1.800,00

2º Melhor Poema: Troféu e R$ 1.200,00

3º Melhor Poema: Troféu e R$ 600,00

Melhor Declamador: Troféu e R$ 600,00

Melhor Amadrinhador: Troféu e R$ 600,00

Será concedida uma ajuda de custo no valor de R$300,00 para os dez poemas classificados, e os autores serão notificados em tempo hábil através de e-mail, ou telefone, para gravar em arquivo de áudio a poesia declamada, para confecção e impressão de um CD, que será distribuído gratuitamente, encartado ao livro alusivo ao concurso.


O regulamento completo está disponível no site www.camaravacaria.rs.gov.br


Fontes: CTG Porteira do Rio Grande e Câmara de Vereadores de Vacaria
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Volta e meia, quando em vez ou de vez em quando, quando em quando, às vezes, algumas coisas na vida do gaúcho são pra lá de necessárias. Veja mais nessa poesia buenacha de Clecius Paganella Pacheco, que fez parte do Concurso de Poesias Gauchescas no 30º Rodeio Crioulo Internacional de  Vacaria:

http://www.reporterriograndense.com.br/2017/09/DeVezEmQuando.CleciusPaganella.Poesias.html
Imagem: Mauro Heinrich/Flickr


“De vez em quando eu preciso
Caminhar numa coxilha,
Sentir a força andarilha,
Que trago dentro do peito.
Pra conservar o meu jeito
E refrescar a memória,
Pra manter viva a história
Escrita nessa querência
Cultuar a reminiscência
Forjada em sangue e glória.

De vez em quando eu preciso
Respirar o ar mais puro,
Pensar menos no futuro
E aprender com o passado.
Ouvir o berro do gado
E relembrar, com ardor,
Que o Rio Grande peleador
Enaltecido num hino,
Deve mais ao boi brasino
Do que ao pneu do trator.

De vez em quando eu preciso
Prosear com meu velho pai,
Vertente que não se esvai,
Da sabedoria campeira.
Junto à cuia e à chaleira,
Ao pé do fogo de chão,
Tomando um bom chimarrão
Ouvir que, esta terra guapa,
Se fez presente no mapa
De espora e laço na mão.

De vez em quando eu preciso
Pedir benção à mãe campeira,
A buena e fiel companheira,
Dos dias ruins e dos bons.
Apreciar todos seus dons
Dos tempos de paz e guerra,
Essa figura que encerra
Dentro do peito amoroso,
Cantigas do boi barroso
E a força viva da terra.

De vez em quando eu preciso
Entreverar com a gauchada,
Contar causos, dar risada,
Reviver os bons momentos.
Repartir ensinamentos
Com essa crioula irmandade,
Sabendo que, na verdade,
O que vai ficar de herança
É o tento que forma a trança
Desse laço de amizade.

De vez em quando eu preciso
Fincar o meu pé no chão,
Amassar pasto com o garrão;
- Gesto prenhe de beleza-
Pagando à mãe natureza
Tributo por ser tão bela.
E desta forma singela
Compreender, com abandono,
Que a terra não tem dono,
Nós pertencemos a ela.

De vez em quando eu preciso
Disso tudo e muito mais,
Reforçando os ideais
Que aprendi a respeitar.
Pela vida inteira cultuar
Essa tradição que não gasta,
Qual um sovéu que se arrasta
Pra aguentar o tirão da lida,
Porque, de tudo nesta vida,
Ser gaúcho é o que me basta. ”
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Senta aqui china, ao meu lado
Assim bem pertinho
E conversemos juntinhos do muito
Que vivemos querida,
Sempre, sempre nesta vida, lutando sempre
Sozinhos.

Atiça um pouco essas brasas,
Que há um tição umaceando,
Sinto os olhos lagrimejando
E a voz se me embaraça,
Mas a causa é a fumaça
De algum pau verde chorando.



Encilha o mate querida,
Vamos tomando um amargo
Enquanto te dou o encargo
De uma ultima vontade
Sei que em nada porás embargo,
Confio na tua amizade.

Não chores prenda,
Tem calma que é preciso ter paciência,
Porque tudo que tem existência,
Um dia também terá fim
E porque razão só de mim
Se esquivará a providencia?

Presta bem tua atenção,
Em tudo que vou dizer
Sei que muito vais sofrer
Rolando cantos alheio
Mas nunca tenhas receio
De cumprir o teu dever.

Despreza a má companhia,
Mesmo sendo ela um bocó
Nem de todos tenha dó
Que as penas não dão cuidado
Tenha sempre esse ditado
Um boi solto sambe-se só.

Procura ser comedida
Dentro da própria desdita
E se te sentires aflita
Contra qualquer falsidade
Lembra que toda a verdade
Nem sempre deve ser dita.

Vende as pilchas que eu te deixo
Não tenhas nisso cuidado.
O meu apero prateado
Que me custou tanto dinheiro
Até a quaiaca e o isqueiro
Te darão alguns trocado.

O tordilho sobre passo
Até o zaino pinhão
Só não vende o alazão
Que é manso do teu andar,
Vende as garras de domar,
Badana, pesuelo e o facão.

Vende tudo minha prenda,
Sovéu, o lado e o arreador,
Também vende tirador
E os estribos de picharia
Até para as três Marias
Não faltará comprador.

Só não vende aquele lenço,
Que a muito tenho guardado,
É o meu lenço colorado
Que usei com tanto gosto,
Me tapa com ele o rosto pra ser
Comigo enterrado.

E esse poncho de vinha,
Esse velho poncho amigo,
Que durma sempre contigo,
Bem de encontro do coração
Pois assim terás a impressão
Que estas dormindo comigo.


Autor Fermino Desidério
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"Enquanto luas e luas
Passarem-se entre as eras
Multiplicarem-se as taperas
Perderem-se gerações
Esfriarem-se emoções
Mudarem-se os costumes
Não passaremos impunes
Nas páginas memoriais
Por matar os mananciais
E o brilho dos vaga-lumes...
Que vale um céu estrelado
Sem olhares vislumbrantes
Sem os corações arfantes
De seres apaixonados
Sem os jardins aparados
Sem as meninas de trança
E algazarra de crianças
Guardada em fotografia
Em uma casa vazia
Onde morreu a esperança...
E vales que foram sonhos
De milhares de aquarelas
Guardando estranhas sequelas
Da fúria dos gananciosos
Que com atos sigilosos
E outros nem tanto assim
Mataram rios e capim
E outras formas de vida
Numa terra carcomida
Nos estertores do fim...
Eu vejo luas e luas
Passando-se entre as eras
Multiplicarem-se taperas
De verdejantes estâncias
Tudo por simples ganância
De amontoar mais um tostão
Como se esse mundão
Tivesse cópia escondida
Numa galáxia perdida
Sob uma cruz de cifrão...
Já faz um lote de tempo
Que perdemos os arreios
E não adiantam floreios
Nem discursos afinados
O Brasil foi solapado
No decorrer do processo
Entramos em retrocesso
Até mesmo na querência
Só porque as superpotências
Querem mais, e mais progresso!
É uma tal de transgenia
Sementes modificadas
E florestas devastadas
Pra dar lugar ao plantio
Morre sem teto o Bugio
Sem banhado a Capivara
E coitada da Piapara
Que sem rio está morrendo
Porque o mundo está sofrendo
De uma doença que não sara!
E as Ongs se multiplicam
Com seus nomes de retovo
Só pra enganar o povo
E fingir preservação
Gentes de outra nação
Falando outro idioma
Iniciativa que não soma
Só leva o nosso dinheiro
Pra enriquecer estrangeiro
Roubando nosso genoma...
Como se aqui no Brasil
Todo mundo fosse burro
Na terra de Don Casmurro
Estão ditando leis e normas
Influenciando reformas
E decisões importantes
Levaram ouro e diamante
E outros itens da lista
Deixando nossos cientistas
Com cara de ignorantes...
Eu sonho com rebeldias
Bem aqui no sul do mundo
Com sentimento profundo
De amor e brasilidade
Reunindo campo e cidade
Sob o mesmo catecismo
Com toques de gauchismo
E sotaque nordestino
Pintando nosso destino
De puro brasileirismo!
Enquanto luas e luas
Passam-se entre as eras
Multiplicam-se as taperas
Por causa da omissão
O rumo desta nação
Que já foi uma joia rara
Ladeira a baixo dispara
E pode morrer no lançante
Caso o povo não levante
E crie vergonha na cara!"


Ari Pinheiro
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