Dicionário Gaúcho - Letras O e P

sexta-feira, junho 07, 2013

O

OCHE, interj. Expressão usada pelos carreteiros para fazer os bois da carreta parar ou diminuírem a marcha.
OIGALÊ, interj. Exprime admiração, espanto, alegria.
OLHADA, s. Ação de olhar, reparo.
OLHO-D'ÁGUA, s. Manancial, vertente.
OMBRUDO, adj. Que tem ombros largos, espadaúdo.
ONÇA, s. Moeda antiga, de ouro.
OOCHE, interj. O mesmo que Oche!
ORELHANO, s. e adj. Animal sem marca nem sinal.
ORRE DIACHO, interj. Exprime satisfação por ter acontecido algo de mal a um adversário ou a um inimigo.
OVADO, adj. Diz-se do cavalo que tem ovas ou inchações, proveniente da dilatação de certas membranas entre a pele e os ossos ou cartilagens.
P


PABULAGEM, s. Pedantismo, gabolice, vanglória, impostura.
PAGO, s. Lugar em que se nasceu o lar, o rincão, a querência; o povoado, o município em que se nasceu ou onde se reside.
PAISANO adj. Do mesmo país. || Amigo camarada. || Camponês não militar.
PAJONAL, s. Pantanal, banhado extenso.
PALA, s. Poncho leve, feito em geral de brim, vicunha ou seda, de feitio quadrilátero, com as extremidades franjadas. Usa-se enfiado ou em torno do pescoço, como cachecol.
PALANQUE, s. Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura de bicheiras ou outros serviços.
PALETA, s. Omoplata ou espádua do animal. O mesmo que pá. Aplica-se também às pessoas.
PALETADA, s. Choque com a paleta. Arremetida, investida, impulso.
PAMPA s. Denominação dada às vastas planícies do Rio Grande do Sul e dos países do Prata, cobertas de excelentes pastagens, que servem para criação de gado, principalmente bovino, cavalar e lanígero.
PAMPEANO, adj. Relativo ao pampa, pertencente ao pampa. O mesmo que pampiano.
PANDILHA, s. Bando, grupo, quadrilha de malfeitores ou de animais.
PARADISTA, adj. Fanfarrão, blasonador, prosa, presunçoso, pomadista.
PARADOURO, s. Lugar onde habitualmente o gado manso passa a noite, em geral próximo à casa da estância. Var.: Parador.
PARAR PATRULHA expr. Resistir a uma agressão. Responder a uma ofensa.
PARCERIA, s. Grupo de parceiros de jogo.
PARELHEIRO, s. Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corrida.
PARELHO adj. Diz-se do campo que se estende sem ondulações. Liso, plano, sem asperezas.
PARENTALHA, s. Parentela. Os parentes.
PARRANDA, s. Associação de velhacos organizada para burlar os incautos.
PASSADOR, s. Peça de tentos traçados em forma de anel ou de pequeno canudo, que serve para juntar partes dos aperos de cabeça, do peitoral, de maneia, do rabicho, dos loros, etc.
PASSARINHEIRO, adj. Diz-se do animal de montaria que, andando na estrada, se assusta de qualquer coisa, priscando para os lados. Assustadiço, cheio de sestros.
PASSO, s. Lugar no rio ou no arroio onde costumam passar os viajantes, a cavalo, a nado, a bola pé, ou embarcados.
PASTOR, s. Garanhão. Cavalo inteiro reservado para fecundar as éguas.
PASTOREIO, s. Lugar em que se pastoreia ou pastoreja o gado. O gado submetido a pastoreio.
PASTOREJAR, v. Pastorear. || Em sentido figurado, cortejar, requestar.
PATACÃO, s. Antiga moeda de prata no valor de dois mil réis.
PATALEAR, v. Espernear, patear, dar com as patas.
PATRÍCIO s. Coestaduano.
PEALO, s. Ato de arremessar o laço e por meio dele prender as patas do animal que está correndo e derrubá-lo.
PEÃO, s. Homem ajustado para o trabalho rural. Conchavado. Empregado para condução de tropa.
PECHADA, s. Choque, encontrão, colisão. Golpe dado com o peito. Embate entre dois cavaleiros que correm em direções opostas. Embate de um cavaleiro com um animal, com uma árvore, com uma cerca, com qualquer coisa.
PÉCORA, s. Moça namorada, rapariga leviana.
PEÇUELOS, s. Espécie de alforje duplo, de couro ou de lona, usado na garupa do cavalo, em que o viajante conduz roupas e outras utilidades.
PÉ-DE-AMIGO, s. Sistema de peia do animal cavalar ou muar que consiste em passar-lhe, pelo grosso do pescoço, junto às cruzes, um laço, maneador ou outra corda, em que se dá um nó pelo qual corre uma laçada que vai prender uma das patas traseiras e levantá-la a um palmo ou dois de altura, deixando o animal apoiado apenas em três pés, o que lhe dificulta os movimentos e o impossibilita de dar coices.
PÉ-DE-CHUMBO, s. Designação depreciativa dada aos portugueses.
PEGADO, adj. Diz-se do animal preso à soga ou cabresto, ou em estrebaria ou piquete, pronto para ser utilizado a qualquer momento.
PELANCA, s. Pele flácida, pelhanca. || Veterano.
PELEGO, s. Pele de carneiro ou de ovelha, de forma retangular, com a lã natural, que se coloca sobre os arreios, para tornar macio o assento do cavaleiro.
PELEIA, s. Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga, disputa, combate, luta entre forças beligerantes.
PÊLO, s. Pelagem, pelame. A cor do pêlo dos animais.
PENCA, s. Carreira em que tomam parte muitos animais. Califórnia. || Grande quantidade.
PENDER, v. Mudar a direção da marcha.
PENICAR, v. Pinicar, beliscar, cutucar, ferir o cavalo com a roseta da espora.
PENTE FINO, s. e adj. Indivíduo velhaco, finório, manhoso, ladino, espertalhão, pouco escrupuloso, que de tudo tira proveito.
PEONADA, s. Grande número de peões. O conjunto de peões de uma estância, de uma tropa, de uma empreitada de obra.
PEQUENITATE, adj. Muito pequenino.
PERDIDAÇO, adj. Superlativo de perdido.
PERNETEAR, v. Mancar, claudicar, coxear, pernear, espernear, patalear.
PESADO, s. adj. Diz-se do indivíduo importante, poderoso, conceituado, respeitado. || Azarado.
PETIÇO, s. Cavalo pequeno, curto, baixo. || Por extensão, pessoa de pequena estatura.
PIÁ, s. Menino, guri, caboclinho.
PIAVA s. Piaba. Peixe muito apreciado pelo seu sabor.
PICAÇO, adj. Diz-se do cavalo de pêlo escuro com a testa e as patas brancas.
PICADA, s. Caminho, geralmente estreito, que se faz no mato, para trânsito de cavaleiros ou de viaturas rústicas.
PICANA, s. Aguilhada. Vara comprida, com um prego na ponta, usada para conduzir e para ferroar os bois de tração.
PICANHA, s. Parte posterior e lateral da região lombar de rês. Anca do animal vacum ou cavalar.
PICUMÃ, s. Fuligem que se acumula sob o teto dos galpões ou das cozinhas de chão.
PIGUANCHA, s. China, chinoca, caboclinha, moça, rapariga. || Mulher de vida fácil.
PINGAÇO, s. Aumentativo de pingo. Cavalo vistoso, bom e bonito.
PINGO, s. Cavalo bom, corredor, bonito, vistoso, fogoso, árdego.
PIOLA, s. Cordão, barbante, pedaço de corda.
PIPOCAR, v. O mesmo que pipoquear.
PIPOQUEAR, v. Arrebentar, estalar como pipoca. Crepitar. O mesmo que pipocar.
PIQUETE, s. Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente. || Animal que é mantido preso para ser encilhado a qualquer momento.
PITAR, v. Fumar.
PITO, s. Cigarro. || Ralho, carão, advertência.
PLANCHAÇO, s. Pancada dada de prancha com o facão, a adaga ou a espada.
PLANCHADOR, adj. Animal que se plancheia, ou cai de lado com facilidade.
PLANCHEAR, v. Cair o cavalo de lado com o cavaleiro. Levar uma planchada (queda).
PLATA, s. Prata, dinheiro. É termo espanhol.
POBRERIO, s. Porção de pobres. A classe pobre.
PODRE DE MANSO, expr. Diz-se do animal muito manso, de toda a confiança.
POLCA DE DAMAS, s. Polca em que as mulheres escolhem seus pares.
POLCA-MANCADA, s. Antiga polca, dançada principalmente no campo, acompanhada de cantingas.
POLVADEIRA, s. Poeirada, nuvem de pó, grande quantidade de poeira.
POLVARIM, s. Polvarinho, polvorinho, polvorim.
PONCHADA, s. Pancada com o poncho. || Grande quantidade de dinheiro ou de objetos.
PONCHO, s. Espécie de capa de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça.
PONTA, s. Pequena porção de animais.
PONTAÇO, s. Pontoada, golpe ou ferimento com a ponta da faca, da adaga, do facão, da espada, da bengala, ou de qualquer outro instrumento.
PONTA DE GADO, s. Pequena quantidade.
PONTEIRO, s. O campeiro que vai à frente da tropa para regular-lhe a marcha e guiá-la no caminho a seguir.
PORONGO, s. Cuia.
PORQUERIA, s. Porcaria, coisa nojenta.
PORTEIRA, s. Cancela portão de entrada para propriedades rurais, mangueiras, lavouras, invernadas, potreiros.
POSTEIRO, s. Agregado de estância que mora geralmente nos limite do campo, o qual é incumbido de zelar pelas cercas, cuidar do gado, não permitir invasão de estranhos, ajudar nos rodeios e executar outras tarefas.
POSTO, s. Local da estância onde mora o posteiro.
POTRADA, s. Uma porção de potros.
POTREIRO s. Campo de pequena área, cercado, maior que o piquete e menor que a invernada, próximo à estância, com pastagem e aguada, no qual se guardam os animais utilizados diariamente, ou os que estejam necessitando de cuidados especiais.
POTRO, s. Cavalo novo ou não, ainda xucro ou com apenas alguns galopes. Poldro.
POUSADA, s. Pernoite, pouso.
POUSAR, v. Pernoitar. || Descansar o pássaro depois de voar.
POUSO, s. O mesmo que pousada. Pernoite. O lugar onde se pernoita.
POVARÉU, s. Multidão de pessoas.
POVO, s. Vila aldeia, povoação, lugarejo, aglomerado de casas de moradia.
PRA MODE, expr. Para, devido a, por causa de, com o fim de.
PREGAÇO, s. Pregada.
PRENDA, s. Jóia, relíquia, presente de valor. || Em sentido figurado, moça gaúcha.
PRENDISTA, s. Fabricante de prendas.
PREPAROS, s. Aperos, arreios. Peças que formamo arreamento do animal de montaria, de tração ou de carga. Os aparelhos de couro. A presilha é que liga o laço ao cinchador existente na argola direita do travessão da cincha.
PRISCO, s. Ato de priscar. Pulo, desvio, fuga com o corpo, negaça, salto para o lado, para não ser pego.
PRO CASO, loc. adv. Aliás. Diga-se de passagem. Por sinal. Para encurtar o caso. Finalmente. Para terminar. Para pôr o ponto final na história. O mesmo que pro causo.
PUAVA, s. e adj. Animal espantadiço, arisco, aruá, fuá, indócil, buzina, brabo, mau, manhoso, bravio.
PULPERIO, s. Dono de pulperia. Taverneiro.

 

 





APROCHEGUE E CONFIRA

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